quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Paciência

Sábio Lenine quando escreveu essa canção. A paciência é um termo muito difícil de ser utilizado ou entendido. Seja na correria da cidade grande ou na calma da cidade pequena, esperar nunca foi uma das minhas melhores qualidades.
O tempo é muito traiçoeiro com quem espera demais. Seja por um amor, um amigo, um emprego, uma viagem. Correr atrás é o que nos faz mais fortes. Agora chato mesmo é esperar por aquilo que julgamos certo. O mais ponderável.
Quando morava em Guaranésia, tinha a incrível ilusão de que tudo era mais fácil quando não se contava com pessoas cuidando de sua vida. Morar na cidade grande parecia a melhor das utopias. Enganei-me? Após 6 anos de vida cosmopolita ainda não tenho essa resposta.
Continuo impaciente. Continuo acreditando que as coisas demoram demais a acontecer mesmo na correria diária dos trens lotados. Deve ser uma antítese, porque sempre escuto que mineiro "come quieto". Devo ter nascido com espírito paulista. Porque esses nunca esperam nada.
O ditado faça acontecer sempre prevalece como teoria, mas a prática é bem difícil. Encontrar seu lugar ao sol numa praia abarrotada de gente é bem mais complicado que encontrar uma vaga de estacionamento nas redondezas da Paulista por exemplo.
Minha profissão é ingrata, existem milhares de pseudo jornalistas. E como muitos de meus colegas debatem, o diploma é mera formalidade quando se tem talento. Embora, poucos se esforcem para distribuir informação de qualidade ultimamente.
Eu particularmente acredito que o diploma é sim importante, as bases teóricas ajudam a fortalecer o conhecimento adquirido. Escrever bem pode ser comum a todos, mas o que difere essa profissão é saber como empregar o que você apura.
Talvez nunca chegue a exercer de fato o jornalismo, mas ficaria contente em pelo menos tentar. Ainda estou buscando a minha redação perfeita. Aquela cuja imagem me motivou a deixar pra trás pessoas importantes e estabelecer entre sonho e realidade 300 longos quilômetros.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Paciência

É, às vezes o que me falta nessa vida é paciência. Preciso muito aprender a conjugar esse termo. Quem sabe assim, sobrevivo a demora com que as coisas tendem a acontecer pra mim...

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Reconhecer

Pode me chamar de piegas, mas algo vinha me incomodando nesses últimos tempos. Próximo as eleições muitos conhecidos tentam ficar em foco para arrecadar alguns votos. Os famosos sorrisos amarelos e a intimidade forçada.  Quanto menor o espaço mais frequente essas ações.
Mas, voltemos ao início. O que significado reconhecer? Não quero o que tá escrito no Aurélio, quero o que aprendemos com as relações. Por que esse é um verbo cada vez mais difícil de ser conjugado?
Conhecer várias pessoas é muito fácil. Você pode sair todas as noites e em cada uma delas conseguir mais 10 ou 20 pessoas que incrementarão sua lista de amigos nas redes sociais. O complicado mesmo é reconhecer essas pessoas depois. Que atire a primeira pedra quem nunca perguntou no messenger: nos conhecemos de onde?
Quando eu morava em Guaranésia, odiava o fato de que todo mundo sabia tudo de todo mundo. As pessoas comentavam, aumentavam, ironizavam, enfim, transformavam a vida de um pessoa no capítulo mais tedioso da novela das 20h. Era difícil passar despercebido, mesmo aqueles que tentavam desesperadamente.
Com o passar dos anos em São Paulo acabei percebendo que aqui não é muito diferente, só é mais condensado. Você pode virar o assunto da vez no seu ambiente de trabalho ou na faculdade. O que te protege de certa forma é que depois dali ninguém mais te conhece.
O alvo desse texto é a questão das amizades aqui e por ae e do poder desse verbo no passar dos anos. Quando você cresce em um lugar pequeno, faz alguns bons amigos que acha que irão acompanhá-lo pela vida toda. Você reconhece neles qualidades que lhe faltam e enxerga defeitos que completam de um jeito torto sua personalidade.
Mas, esquece que independente do espaço geográfico, pessoas mudam. Elas crescem, deixam pra trás, seguem adiante. Elas começam a reconhecer em outras pessoas o que não mais enxergam em seu antigo grupo.
Em São Paulo as coisas são ainda mais complicadas. É fácil adquirir conhecidos em sua caminhada, agora amigos mesmo são poucos. E mesmo aqueles que você julga conhecer te surpreendem de certa forma. E um dia você deixa de reconhecê-los.
O resultado dessa equação é que poucas vezes você reconhecerá uma pessoa de verdade. Elas geralmente são cheias de nuances que passam despercebidas. Ou por vergonha, ou por comodismo, aquela velha conhecida que pregava o socialismo anárquico poderá se tornar uma periguete de boteco.
Aquela amiga de quinta a domingo na balada se tornará parte de um relacionamento hiper-mega-sério. O amigo de momentos importantes se dignará a ser uma mera mensagem de texto ou uma conversa inbox no facebook.
Obviamente a culpa não será somente dos que mudam escandalosamente, em algum momento você deixou de ser uma pessoa reconhecível para eles. Você também mudou,  tornou-se conhecida. Alguém cuja afinidade alargou-se com o passar dos anos.
Ao chegar a essa conclusão, parei de me preocupar e apenas passei a aceitar os fatos. Seja aqui, lá ou em qualquer lugar, pessoas não se reconhecem por muito tempo. Como eu sei disso? Talvez pelas duzentas e tantas mensagens de parabéns recebidas de pessoas que nem sequer me reconheceram, quiçá conheceram enquanto a terra dos ipês amarelos  era meu habitat natural.