quinta-feira, 26 de julho de 2012

A danada da pulga

Insegurança: sentir dúvidas, não ter segurança. No dicionário encontro essa definição acrescida da frase: quando você diz que ama alguém e a pessoa discorda, você pode sentir insegurança. Alguns segundos olhando essa passagem e me pergunto se concordo.

Porque se você diz que ama e a pessoa diz que ama também, isso não te livra da insegurança, só a aumenta. Sempre quis saber qual é o segredo das moças que desfilam seus lindos cabelos pelo vento tão cheias de si que causam a mais raivosa inveja. Eu nunca desfilei meus cabelos por ae.

Ao contrário, sempre os mantive presos, ora em um rabo de cavalo, ora em uma trança. Mas eles não balançam ao vento, isso de maneira alguma. Deve ser medo de embaraçá-los. Sempre acreditei que se ficasse quietinha, no meu canto, as pessoas notariam pouco os meus cabelos enrolados.

Claro que tem dias que faço uma escova, deixo-os lisos como linhas. Nesses momentos até me atrevo a balançá-los pelas ruas esburacadas ou pelos trens lotados. Mas a sensação não dura muito, uns 15 minutos e lá se vão os dedos ávidos por enlaçá-los.

Minha segurança é assim, dura raras frações de segundo, nunca em público, sempre em particular. Na privacidade de uma casa vazia ou num quarto sem espelhos. Quanta raiva por não conseguir sustentar esse nariz em pé. Por deixar que um simples desenho de coração abale todos os sentimentos.

Mentira quem diz que com o tempo tudo fica mais fácil, nem a terapia consegue fazer esse milagre. Você pode até conseguir maquiar essas inseguranças, mas elas ficam ali. Como aquela pulguinha que incomoda seu cachorro de estimação sabe?

O pior da insegurança está na consumição que ela dá. É como acordar com os cabelos rebeldes, nesse dia, nem o mais lindo penteado te fará se sentir bem. E a vontade que dá é raspar tudo. Máquina zero. Depois é só escolher lenços bacanas pra disfarçar.

Agora quero só ver conseguir essa proeza...

Pois nem o lenço de seda mais caro substitui a delícia de ter cabelos escorrendo pelas costas e seios durante um banho quente e demorado...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Someday we'll know

Ontem provavelmente foi a milésima vez que assisti I walk to remember, ou traduzindo, Um amor para recordar. E todas, sem exceção, me causaram a mesma comoção. Não sei se são as cenas ou a trilha sonora, mas o casamento é perfeito nesse caso.

Não sou uma romântica declarada, ainda tenho aquela hipocrisia refinada sabe? Dos que dizem que não gostam de romances ou demonstrações públicas de afeto, só pra parecerem cool. Mas no fundo, morrem de vontade que alguém lhe faça uma loucura ou simplesmente copie uma cena desses filmes de água com açúcar.

Toda mulher é assim, e que me perdoem, as que lutam pela igualdade nas Marchas das Vadias Brasil afora, vocês também são. Ninguém sai na rua, com o peito de fora, pedindo entendimento, se não fosse uma confessa romântica esperando que alguém lhe trate como merece.

Não sei se um dia saberemos ou teremos todas as respostas. Mas as perguntas nos movem a nos apaixonar. Toda chance de viver uma cena como a da surpresa do Landon para a Jamie, deixando-a em 2 lugares ao mesmo tempo, é o combustível que faz essa máquina chamado coração bater mais forte.

Viver um amor de conto de fadas não deveria ser brega ou utópico, deveria ser algo tangível para todos ou todas. Mas que fique claro, não quero algo inventado, quero mesmo as discussões, as lágrimas, afinal, duvido que a Cinderela, Branca de Neve e companhia, não brigaram com seus príncipes para redecorarem os castelos.

Ligeiramente adocicada essa semana...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Quando eu crescer, quero ser igual a minha mãe

Essa semana tive uma companhia mais do que especial. Por alguns dias, convivi com a pessoa que mais amo nesse mundo todo, e por quem sem dúvida alguma, mataria ou morreria. Eu sei que isso é forte e que muita gente acharia dramático. Eu não. Minha mãe é merecedora de cada palavra ou sentimento bom que eu venha a sentir ou já tenha sentido nesses 29 anos.

Uma mulher tão maravilhosa que muitas vezes não percebe o quão grande ela é. Alguém que abdica conforto para proporcionar algumas regalias para seus filhos. Uma mulher linda, que não tem nas rugas de seu rosto nem metade dos percalços enfrentados.

Um dia quem sabe eu serei um pouco do que ela é, quem sabe alcançarei a grandeza de me despedir de dois filhos que partem em busca de sonhos e ainda assim os amparar em cada dor, lágrima ou alegria.
Quem sabe conseguirei sorrir um sorriso franco de quem tem a certeza de ter cumprido seu dever.

Ah, quem me dera um dia, quando for gente grande, parecer contigo mãe. Assim, quando não mais tiver sua presença, ainda vou me olhar no espelho e te ver refletido nele.

My soul mate.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Like crazy

O título desse post faz jus ao filme que dele me "emprestei". Sabe aqueles filmes que você reflete por muito tempo depois de assistí-lo? Principalmente se vive algo parecido com a história. O amor é engraçado e ao mesmo tempo angustiante. Você pode rir muito ou chorar muito.

O filme trata disso, o quanto o amor pode ser faces de uma mesma moeda e ditar como será sua vida. O casal de protagonistas passa o filme todo junto e separado. E o mais incrível de tudo, que embora o amor possa ser verdadeiro, quando eles estão perto estão longe e quando estão longe, ficam sufocadamente próximos.

Não sei se a intenção do diretor ou roteirista era causar essa impressão em quem assistia, mas a minha pelo menos, é de que em um certo ponto, as pessoas deixam de sentir o amor para se acomodar na ideia. Você pode passar anos amando alguém ou simplesmente amando a ideia de amar alguém.

Terminei o filme com uma sensação triste. Com algumas perguntas gritando dentro da minha cabeça. Quando você sabe que o amor foi embora? Dá pra perceber? Você consegue desistir antes de magoar tanto alguém nesse caminho de procrastinação?

Não vou contar como termina a história, só posso dizer que quando assistia freneticamente o trailler desse filme, não tinha a menor noção que ele era só um recorte bem feito de cenas pra convencer. Ao transpor os 90 minutos de exibição, o que senti foi visceral.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Porque guerreiros?

É, enfim o Corinthians é campeão da Libertadores, eis que a noite de 04/07 é o fim da mais longa fila do futebol brasileiro, 100 anos. Mas nem é essa minha indignação. Sou palmeirense e como muitos, torcemos sempre contra os alvinegros. Contudo, o que me causou repúdia com toda essa rasgação de seda foi ver a imparcialidade da mídia nessa cobertura.

A maioria dos colegas esqueceu o conceito de apenas informar para claramente tomar partido de algo. Até mesmo o Paulo Vinícius Coelho da Sportv, notório palmeirense, é imparcial ao dar seus pitacos quanto ao time e seus momentos de glória ou fracasso.

Em todos os veículos, seja televisão ou jornal, o que se viu foi um desfile de elogios, de documentários, de programas, de espetáculos sobre essa final. Transformaram esses jogos em uma copa do mundo. Colocaram o Corinthians como representante do povo brasileiro. Criaram rixas e discursos clichês sobre o contra tudo e contra todos.

Claro, faz parte do show. Agora, o cúmulo da minha indignação é ouvir que o Corinthians é um time de guerreiros. Oras, em que categoria isso se encaixa? Os jogadores ganham milhares de reais, têm casas luxuosas, carros do ano, patrocínios,jogam 2 vezes por semana e contam com uma estrutura médica de primeira linha.

Guerreiros? Se eles são guerreiros, o que são os milhares de trabalhadores brasileiros que acordam todos os dias de madrugada, enfrentam transportes lotados, ficam nas filas de atendimento de hospitais e muitas vezes nem sequer conseguem atendimento?

Seja corinthiano, palmeirense, são paulino, não me venham utilizar essa termologia para definir um jogo jogado com raça. Ninguém faz mais que a obrigação. Quando todos eles conseguirem sobreviver com um salário mínimo e demonstrar a mesma raça, calarei minha boca e com certeza utilizarei enfim o termo guerreiros.!

E tenho dito.