quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Surpresas!

Em um belo domingo de sol você bateu em minha porta. Trazia em suas mãos um vaso de begônias. Não era um ramalhete de rosas, mas a intenção estava implícita naquele gesto. Me surpreendi, mas como estava chateada, disfarçei. Fiz um prognóstico sobre nossa relação e falei por horas a fio. Você como sempre impassível, ora me olhava com descrença, ora soltava um riso tímido de quem achava toda aquela cena um absurdo dramático.

Perdemos tempo quando fazemos isso, mas ganhamos fôlego. Quando desabafo sinto um alívio imenso. Como disse em meio ao turbilhão de palavras, um dia ainda descubro porque gosto tanto de estar ao seu lado.

Contudo, por hora meu coração está quieto, leve. Incrível como algumas flores podem mudar as direções.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Paciência

Sábio Lenine quando escreveu essa canção. A paciência é um termo muito difícil de ser utilizado ou entendido. Seja na correria da cidade grande ou na calma da cidade pequena, esperar nunca foi uma das minhas melhores qualidades.
O tempo é muito traiçoeiro com quem espera demais. Seja por um amor, um amigo, um emprego, uma viagem. Correr atrás é o que nos faz mais fortes. Agora chato mesmo é esperar por aquilo que julgamos certo. O mais ponderável.
Quando morava em Guaranésia, tinha a incrível ilusão de que tudo era mais fácil quando não se contava com pessoas cuidando de sua vida. Morar na cidade grande parecia a melhor das utopias. Enganei-me? Após 6 anos de vida cosmopolita ainda não tenho essa resposta.
Continuo impaciente. Continuo acreditando que as coisas demoram demais a acontecer mesmo na correria diária dos trens lotados. Deve ser uma antítese, porque sempre escuto que mineiro "come quieto". Devo ter nascido com espírito paulista. Porque esses nunca esperam nada.
O ditado faça acontecer sempre prevalece como teoria, mas a prática é bem difícil. Encontrar seu lugar ao sol numa praia abarrotada de gente é bem mais complicado que encontrar uma vaga de estacionamento nas redondezas da Paulista por exemplo.
Minha profissão é ingrata, existem milhares de pseudo jornalistas. E como muitos de meus colegas debatem, o diploma é mera formalidade quando se tem talento. Embora, poucos se esforcem para distribuir informação de qualidade ultimamente.
Eu particularmente acredito que o diploma é sim importante, as bases teóricas ajudam a fortalecer o conhecimento adquirido. Escrever bem pode ser comum a todos, mas o que difere essa profissão é saber como empregar o que você apura.
Talvez nunca chegue a exercer de fato o jornalismo, mas ficaria contente em pelo menos tentar. Ainda estou buscando a minha redação perfeita. Aquela cuja imagem me motivou a deixar pra trás pessoas importantes e estabelecer entre sonho e realidade 300 longos quilômetros.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Paciência

É, às vezes o que me falta nessa vida é paciência. Preciso muito aprender a conjugar esse termo. Quem sabe assim, sobrevivo a demora com que as coisas tendem a acontecer pra mim...

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Reconhecer

Pode me chamar de piegas, mas algo vinha me incomodando nesses últimos tempos. Próximo as eleições muitos conhecidos tentam ficar em foco para arrecadar alguns votos. Os famosos sorrisos amarelos e a intimidade forçada.  Quanto menor o espaço mais frequente essas ações.
Mas, voltemos ao início. O que significado reconhecer? Não quero o que tá escrito no Aurélio, quero o que aprendemos com as relações. Por que esse é um verbo cada vez mais difícil de ser conjugado?
Conhecer várias pessoas é muito fácil. Você pode sair todas as noites e em cada uma delas conseguir mais 10 ou 20 pessoas que incrementarão sua lista de amigos nas redes sociais. O complicado mesmo é reconhecer essas pessoas depois. Que atire a primeira pedra quem nunca perguntou no messenger: nos conhecemos de onde?
Quando eu morava em Guaranésia, odiava o fato de que todo mundo sabia tudo de todo mundo. As pessoas comentavam, aumentavam, ironizavam, enfim, transformavam a vida de um pessoa no capítulo mais tedioso da novela das 20h. Era difícil passar despercebido, mesmo aqueles que tentavam desesperadamente.
Com o passar dos anos em São Paulo acabei percebendo que aqui não é muito diferente, só é mais condensado. Você pode virar o assunto da vez no seu ambiente de trabalho ou na faculdade. O que te protege de certa forma é que depois dali ninguém mais te conhece.
O alvo desse texto é a questão das amizades aqui e por ae e do poder desse verbo no passar dos anos. Quando você cresce em um lugar pequeno, faz alguns bons amigos que acha que irão acompanhá-lo pela vida toda. Você reconhece neles qualidades que lhe faltam e enxerga defeitos que completam de um jeito torto sua personalidade.
Mas, esquece que independente do espaço geográfico, pessoas mudam. Elas crescem, deixam pra trás, seguem adiante. Elas começam a reconhecer em outras pessoas o que não mais enxergam em seu antigo grupo.
Em São Paulo as coisas são ainda mais complicadas. É fácil adquirir conhecidos em sua caminhada, agora amigos mesmo são poucos. E mesmo aqueles que você julga conhecer te surpreendem de certa forma. E um dia você deixa de reconhecê-los.
O resultado dessa equação é que poucas vezes você reconhecerá uma pessoa de verdade. Elas geralmente são cheias de nuances que passam despercebidas. Ou por vergonha, ou por comodismo, aquela velha conhecida que pregava o socialismo anárquico poderá se tornar uma periguete de boteco.
Aquela amiga de quinta a domingo na balada se tornará parte de um relacionamento hiper-mega-sério. O amigo de momentos importantes se dignará a ser uma mera mensagem de texto ou uma conversa inbox no facebook.
Obviamente a culpa não será somente dos que mudam escandalosamente, em algum momento você deixou de ser uma pessoa reconhecível para eles. Você também mudou,  tornou-se conhecida. Alguém cuja afinidade alargou-se com o passar dos anos.
Ao chegar a essa conclusão, parei de me preocupar e apenas passei a aceitar os fatos. Seja aqui, lá ou em qualquer lugar, pessoas não se reconhecem por muito tempo. Como eu sei disso? Talvez pelas duzentas e tantas mensagens de parabéns recebidas de pessoas que nem sequer me reconheceram, quiçá conheceram enquanto a terra dos ipês amarelos  era meu habitat natural.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A danada da pulga

Insegurança: sentir dúvidas, não ter segurança. No dicionário encontro essa definição acrescida da frase: quando você diz que ama alguém e a pessoa discorda, você pode sentir insegurança. Alguns segundos olhando essa passagem e me pergunto se concordo.

Porque se você diz que ama e a pessoa diz que ama também, isso não te livra da insegurança, só a aumenta. Sempre quis saber qual é o segredo das moças que desfilam seus lindos cabelos pelo vento tão cheias de si que causam a mais raivosa inveja. Eu nunca desfilei meus cabelos por ae.

Ao contrário, sempre os mantive presos, ora em um rabo de cavalo, ora em uma trança. Mas eles não balançam ao vento, isso de maneira alguma. Deve ser medo de embaraçá-los. Sempre acreditei que se ficasse quietinha, no meu canto, as pessoas notariam pouco os meus cabelos enrolados.

Claro que tem dias que faço uma escova, deixo-os lisos como linhas. Nesses momentos até me atrevo a balançá-los pelas ruas esburacadas ou pelos trens lotados. Mas a sensação não dura muito, uns 15 minutos e lá se vão os dedos ávidos por enlaçá-los.

Minha segurança é assim, dura raras frações de segundo, nunca em público, sempre em particular. Na privacidade de uma casa vazia ou num quarto sem espelhos. Quanta raiva por não conseguir sustentar esse nariz em pé. Por deixar que um simples desenho de coração abale todos os sentimentos.

Mentira quem diz que com o tempo tudo fica mais fácil, nem a terapia consegue fazer esse milagre. Você pode até conseguir maquiar essas inseguranças, mas elas ficam ali. Como aquela pulguinha que incomoda seu cachorro de estimação sabe?

O pior da insegurança está na consumição que ela dá. É como acordar com os cabelos rebeldes, nesse dia, nem o mais lindo penteado te fará se sentir bem. E a vontade que dá é raspar tudo. Máquina zero. Depois é só escolher lenços bacanas pra disfarçar.

Agora quero só ver conseguir essa proeza...

Pois nem o lenço de seda mais caro substitui a delícia de ter cabelos escorrendo pelas costas e seios durante um banho quente e demorado...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Someday we'll know

Ontem provavelmente foi a milésima vez que assisti I walk to remember, ou traduzindo, Um amor para recordar. E todas, sem exceção, me causaram a mesma comoção. Não sei se são as cenas ou a trilha sonora, mas o casamento é perfeito nesse caso.

Não sou uma romântica declarada, ainda tenho aquela hipocrisia refinada sabe? Dos que dizem que não gostam de romances ou demonstrações públicas de afeto, só pra parecerem cool. Mas no fundo, morrem de vontade que alguém lhe faça uma loucura ou simplesmente copie uma cena desses filmes de água com açúcar.

Toda mulher é assim, e que me perdoem, as que lutam pela igualdade nas Marchas das Vadias Brasil afora, vocês também são. Ninguém sai na rua, com o peito de fora, pedindo entendimento, se não fosse uma confessa romântica esperando que alguém lhe trate como merece.

Não sei se um dia saberemos ou teremos todas as respostas. Mas as perguntas nos movem a nos apaixonar. Toda chance de viver uma cena como a da surpresa do Landon para a Jamie, deixando-a em 2 lugares ao mesmo tempo, é o combustível que faz essa máquina chamado coração bater mais forte.

Viver um amor de conto de fadas não deveria ser brega ou utópico, deveria ser algo tangível para todos ou todas. Mas que fique claro, não quero algo inventado, quero mesmo as discussões, as lágrimas, afinal, duvido que a Cinderela, Branca de Neve e companhia, não brigaram com seus príncipes para redecorarem os castelos.

Ligeiramente adocicada essa semana...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Quando eu crescer, quero ser igual a minha mãe

Essa semana tive uma companhia mais do que especial. Por alguns dias, convivi com a pessoa que mais amo nesse mundo todo, e por quem sem dúvida alguma, mataria ou morreria. Eu sei que isso é forte e que muita gente acharia dramático. Eu não. Minha mãe é merecedora de cada palavra ou sentimento bom que eu venha a sentir ou já tenha sentido nesses 29 anos.

Uma mulher tão maravilhosa que muitas vezes não percebe o quão grande ela é. Alguém que abdica conforto para proporcionar algumas regalias para seus filhos. Uma mulher linda, que não tem nas rugas de seu rosto nem metade dos percalços enfrentados.

Um dia quem sabe eu serei um pouco do que ela é, quem sabe alcançarei a grandeza de me despedir de dois filhos que partem em busca de sonhos e ainda assim os amparar em cada dor, lágrima ou alegria.
Quem sabe conseguirei sorrir um sorriso franco de quem tem a certeza de ter cumprido seu dever.

Ah, quem me dera um dia, quando for gente grande, parecer contigo mãe. Assim, quando não mais tiver sua presença, ainda vou me olhar no espelho e te ver refletido nele.

My soul mate.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Like crazy

O título desse post faz jus ao filme que dele me "emprestei". Sabe aqueles filmes que você reflete por muito tempo depois de assistí-lo? Principalmente se vive algo parecido com a história. O amor é engraçado e ao mesmo tempo angustiante. Você pode rir muito ou chorar muito.

O filme trata disso, o quanto o amor pode ser faces de uma mesma moeda e ditar como será sua vida. O casal de protagonistas passa o filme todo junto e separado. E o mais incrível de tudo, que embora o amor possa ser verdadeiro, quando eles estão perto estão longe e quando estão longe, ficam sufocadamente próximos.

Não sei se a intenção do diretor ou roteirista era causar essa impressão em quem assistia, mas a minha pelo menos, é de que em um certo ponto, as pessoas deixam de sentir o amor para se acomodar na ideia. Você pode passar anos amando alguém ou simplesmente amando a ideia de amar alguém.

Terminei o filme com uma sensação triste. Com algumas perguntas gritando dentro da minha cabeça. Quando você sabe que o amor foi embora? Dá pra perceber? Você consegue desistir antes de magoar tanto alguém nesse caminho de procrastinação?

Não vou contar como termina a história, só posso dizer que quando assistia freneticamente o trailler desse filme, não tinha a menor noção que ele era só um recorte bem feito de cenas pra convencer. Ao transpor os 90 minutos de exibição, o que senti foi visceral.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Porque guerreiros?

É, enfim o Corinthians é campeão da Libertadores, eis que a noite de 04/07 é o fim da mais longa fila do futebol brasileiro, 100 anos. Mas nem é essa minha indignação. Sou palmeirense e como muitos, torcemos sempre contra os alvinegros. Contudo, o que me causou repúdia com toda essa rasgação de seda foi ver a imparcialidade da mídia nessa cobertura.

A maioria dos colegas esqueceu o conceito de apenas informar para claramente tomar partido de algo. Até mesmo o Paulo Vinícius Coelho da Sportv, notório palmeirense, é imparcial ao dar seus pitacos quanto ao time e seus momentos de glória ou fracasso.

Em todos os veículos, seja televisão ou jornal, o que se viu foi um desfile de elogios, de documentários, de programas, de espetáculos sobre essa final. Transformaram esses jogos em uma copa do mundo. Colocaram o Corinthians como representante do povo brasileiro. Criaram rixas e discursos clichês sobre o contra tudo e contra todos.

Claro, faz parte do show. Agora, o cúmulo da minha indignação é ouvir que o Corinthians é um time de guerreiros. Oras, em que categoria isso se encaixa? Os jogadores ganham milhares de reais, têm casas luxuosas, carros do ano, patrocínios,jogam 2 vezes por semana e contam com uma estrutura médica de primeira linha.

Guerreiros? Se eles são guerreiros, o que são os milhares de trabalhadores brasileiros que acordam todos os dias de madrugada, enfrentam transportes lotados, ficam nas filas de atendimento de hospitais e muitas vezes nem sequer conseguem atendimento?

Seja corinthiano, palmeirense, são paulino, não me venham utilizar essa termologia para definir um jogo jogado com raça. Ninguém faz mais que a obrigação. Quando todos eles conseguirem sobreviver com um salário mínimo e demonstrar a mesma raça, calarei minha boca e com certeza utilizarei enfim o termo guerreiros.!

E tenho dito.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um passo de cada vez

Nossa quanto tempo sem escrever. Que feio, vergonha dessa sensação de começar algo e abandonar pelo caminho. Falta de comprometimento? Não. Falta de inspiração mesmo. Andei perdida em meio a emoções traiçoeiras nesses últimos tempos.

Dizem que você enfrenta um inferno astral antes do aniversário, deve ser verdade mesmo. Porque vou te contar, odiei e amei tanta coisa entre a última semana de maio e a primeira semana de junho. Coincidentemente data do meu birthday.

Mas, decidi que agora vou um passo de cada vez. Sem atropelar ou sufocar nada. Eu tenho uma mania analítica de sempre pensar demais no que estou vivendo. Como diz minha terapeuta, gosto de analisar sentimentos ao invés de simplesmente vivê-los.

Quando você se aproxima dos 30 anos dá medo. Essa coisa glamourosa das balzaquianas felizes, da independência emocional pode funcionar para as outras 300 mil e tantas mulheres que estão nessa faixa. No meu caso só aumentou a confusão.

Lidar com a sensação de que você queria tanto e alcançou tão pouco é angustiante, o medo do fracasso grita com voz de tenor e você instintivamente passa a adiar encontros com colegas mais bem sucedidos que você. Que por incrível que pareça também estão enfrentando alguma crise de identidade.

Mas tudo bem, vamos lá, reencontrei minha alegria em sonhar. As metas estão próximas. Só falta mesmo não deixar que minhas lentes embaçadas por algumas lágrimas momentâneas diminuam o foco da linha de chegada.

Afinal as palavras nunca me faltaram...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ser feliz

O que seria a felicidade? Confesso que ultimamente ando pensando demais nessa palavra. Pensamos mais do que sentimos? Ou sentimos mais do que pensamos? Creio que pessoalmente eu pense mais do que sinta. Equalizo, racionalizo. Salta aos olhos tal processo. É triste, mas verdadeiro.

Talvez eu sinta medo dessa tal felicidade. Dificil creditar a alguém essa responsabilidade.Contudo, dizem que a felicidade só existe se partilhada. Quanta confusão. Não se pode ser feliz sozinho e nem se pode contar com alguém para tal feito. São tantas teorias. 

Eu sigo em frente tentando acreditar que um dia poderei alcançar essa sensação plena de ser feliz e ponto. Sem vírgulas, reticências, parênteses...